Eu me lembro. Sei que aquilo não foi coisa da minha imaginação.
Quase vinte anos se passaram, mas sei que era dia das crianças, por exemplo. Lembro porque escondia o brinquedinho do McLanche Feliz no bolso da bermuda como alguém que comete uma heresia: havia ganhado o centro cirúrgico completo da Playmobil naquela manhã, então por que não havia pedido um Quarteirão? Por que havia me rendido ao apelo da cestinha que trazia um único cheeseburguer que mal me alimentava? Naquele dia, estar em posse daquela réplica tosca de um personagem qualquer praticamente atestava minha infantilidade, e por isso eu a escondia.
Também lembro muito bem do terreno baldio onde tudo aconteceu. Ele nunca foi ocupado, em todos esses anos, e fica entre a filial do Mc da Henrique Schaumann e a antiga casa da minha avó Cecília, perto do apartamento onde eu morava com os meus pais. Hoje está cheio de entulho e de material de construção, mas na época abrigava apenas uma casinha de cachorro, largada bem no meio do capim gordura. De longe ela lembrava a casinha do Snoopy, normal, mas de perto parecia uma caverna insólita, que inspirava medo até nos cães vadios da região: mesmo no verão, perto da hora do almoço, quando o sol estava a pino e o ar quente próximo ao asfalto formava pequenos bolsões de miragem, os animais preferiam espremer-se todos na sombra estreita que o muro fazia na calçada ao invés de usufruírem do abrigo.
Lembro também da rosa solitária que crescia em um ponto aleatório do terreno. E lembro especialmente de achar muito errada a longevidade da flor, que perdurava aberta e carmim através de outonos e verões e invernos que deveriam, em algum momento, vê-la definhar e finalmente morrer. Lembro, porém, de ter uma certeza muito forte de que a rosa não era assunto meu, não era da minha alçada. Lembro de ter certeza de que aquela era outra história, uma história que, mesmo sem conhecer, me evocava a lembrança de meninos, homens, mulheres, bichos, pistolas, mundos e torres que jamais vira.
E lembro muito bem do diálogo, apesar das bordas borradas e um pouco incertas das sentenças proferidas. Lembro muito bem do teor do que ele me disse e do que eu disse de volta, além de lembrar especificamente de uma ou outra palavra empregada. E uma coisa que eu tenho certeza absoluta é de que foi ele quem começou.
— Estúpidos! — Ele praguejou para si mesmo, terminando uma volta completa em torno da casinha do terreno.
Com o susto, apertei a lembrancinha do lanche dentro do bolso e uma das peças de plástico rompeu-se com um estampido, cortando meu dedo com uma aresta afiada.
— Perdão? — Respondi. Eu era muito educado.
E então ele olhou para mim, também um pouco assustado. E meu coração, ainda acelerado dentro do peito, relaxou um pouco quando percebi sua semelhança com o Tio Victor, do Castelo Rá-Tim-Bum. Ele não era gordo, não usava casaco de tweed, não tinha bigode de Dalí, chapéu ou óculos redondos, mas parecia o Tio Victor. E, sob minha lógica infantil, parecer com o Tio Victor só poderia ser um bom sinal.
Uma expressão curiosa tomou seus olhos eternos de personagem da Cultura e, à guisa de qualquer resposta, ele estendeu as duas mãos na minha direção.
— Tome, você vai fazer melhor uso dele — disse, e empurrou o objeto pesado contra o meu peito.
Arranquei as mãos do bolso em um impulso, estendendo-as à frente para conter o objeto antes que este se espatifasse no chão. Com o movimento, os restos do brinquedinho do Mc voaram do meu bolso e quicaram pelas pedras portuguesas até perderem-se entre o mato que crescia no limiar do terreno.
Com o coração aos pulos, aninhei o objeto contra o peito. Estendi-o até que pudesse vê-lo melhor.
— É um…
— É um barco de pedra do século IX, encontrado no sítio de Lindholm Høje, perto da cidade de Aalborg, na costa da Dinamarca — ele disse. — Dizem que pertenceu aos filhos de um rei viking.
— Príncipes vikings? Sério? — Perguntei, abismado, segurando o barquinho pela base como se fosse um bebê. Eu jamais havia segurado um bebê na vida além de Osíris, o pastor alemão da chácara dos meus avós, quando ele não passava de um filhotinho.
Só notei que havia algo errado quando o mendigo — não que ele fosse um, mas é assim que sempre me referi a ele no meu íntimo — arregalou os olhos e mirou de maneira doentia o objeto nas minhas mãos.
Observei tentativamente o brinquedo, ainda meio reticente em tirar os olhos do homem, que agora me parecia ameaçador. Toda a minha cautela sumiu, porém, quando vi que o barquinho — antes apenas uma intrincada miniatura aninhada em uma base plana de pedra — agora oscilava para frente e para trás entre um pedacinho de mar e um outro de céu que pareciam ridiculamente reais.
— VIU SÓ! — Gritou o mendigo, cuspindo na minha cara enquanto amarrotava e puxava as roupas em um tique frenético.
Lembro de ter ficado com medo, com muito medo. Não com um medo de monstro, mas com um medo bastante real de que aquele homem me levasse para algum lugar e fizesse coisas muito ruins e muito reais de mim.
— Sabe o que é isso? — Perguntou ele, instantes depois, um pouco mais contido.
— Não… — Gemi, incapaz de fazer qualquer outra coisa.
— Isto é um campo ambiental analógico, um híbrido tecno-psicológico de transmissão de realidade semi-perpétua, que capta e projeta em escala reduzida os valores de até trinta mil variáveis físico-químicas de uma região determinada.
— Não entendo… — Balbuciei, apoiando a peça em apenas uma das mãos para estender um indicador curioso na direção do campo que formava o pequeno céu.
— NÃO TOQUE! — Gritou ele, com a voz preocupada. E aquele grito, que poderia ter me feito sair correndo de medo minutos atrás, soou então inofensivo, triste e lamentável como um bichinho doente e machucado. Mas, ainda assim, o berro foi bastante efetivo: meu dedo parou a milímetros da cúpula que formava o céu.
— Este campo específico é um análogo direto da troposfera terrestre — explicou ele, novamente recomposto. Seus olhos brilhavam com tal paixão que, por um instante, deixei de questionar sua sanidade. — E essa região pode chegar a até 60 graus negativos, temperatura não muito indicada para o contato de dedos de meninos.
Afastei rapidamente o dedo do mini céu.
— É seu — sentenciou ele, sem preâmbulos.
— Oi? — disse, embasbacado.
— Oi, tudo bem? Você vem sempre aqui? — Zombou ele, sério, abrindo depois o rosto cansado em um sorriso de Tio Victor. — Eu disse que é seu.
— Mas por quê? — Perguntei, muito embora já tivesse puxado o objeto para perto do meu corpo em um inconsciente gesto possessivo.
— Primeiro, porque ele só funciona com crianças. Os campos psicológicos infantis são os únicos que geram energia suficiente para a criar a analogia de maneira semi-perpétua, você sabe.
Não sabia, portanto apenas o encarei.
— Além disso, os adultos são estúpidos demais para reconhecer isso como ciência — sussurrou ele, aproximando-se de mim como se me contasse um segredo. — E, como tal, fogem disso como o diabo foge da cruz. — Ele se aprumou. — Os vikings já sabiam como fazer isso séculos atrás, mas de repente tudo é esotérico demais para a ciência moderna. Sabe, eu podia ganhar um Prêmio Nobel, mas tudo o que eu ganhei foi uma internação.
Eu continuei o encarando. Torci para que a internação dele tivesse terminado por meios oficiais, e não com uma fuga desvairada.
— Enfim. Eu fico feliz de ter sido você a aparecer por aqui — afirmou ele, extremamente calmo de novo. — Você parece a criança ideal.
— Por quê? — Questionei, incomodado.
— Você parece esperto — disse ele, dando de ombros. — Profundo. Solene. É especial.
Franzi as sobrancelhas. Até então, não me achava nada especial. Pelo contrário, me achava um sem graça de primeira.
— Quer ver? — Desafiou ele, notando minha incredulidade. — Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?
— O homem — afirmei eu, com firmeza. Lembrava de ter ouvido o enigma da Esfinge em algum programa de televisão. “Decifra-me ou te devoro”, dizia ela, e, naquele momento, lembro de sentir um arrepio ao pensar em esfinges devorando homens.
— Oito vezes nove? — Disparou ele.
— 72 — respondi de primeira, lembrando da manha secreta da tabuada dos nove.
— Qual a capital da Dinamarca?
— Copenhague? — Disse, um tanto incerto, lembrando que tinha alguma coisa a ver com a loja de chocolates.
— “E é melhor o senhor sair da minha casa, e nunca brinque com um peixes de ascendente escorpião” — entoou ele, sem pausa.
— “Mas antes de sair com ódio no olhar o velho disse: ‘Você perdeu a sua vida meu irmão’” — respondi eu, automaticamente, cantando no ritmo.
— Viu só? — O mendigo sorriu, satisfeito. — É esperto. Além disso, nunca tinha visto um céu de brigadeiro assim. — E apontou para o céu azul que se sustentava sobre o barquinho.
— É… doce? — Balbuciei eu, certo de que aquilo não fazia o menor sentido.
O mendigo começou a gargalhar, espalhando perdigotos pelo ar.
— Ah, pequeno! Você é especial mesmo! Céu de brigadeiro é um céu azul sem nuvens. Nunca tinha visto um assim, um 5B 7/12 perfeito na escala Munsell.
Eu fiz uma careta.
— E, como isso vem de dentro de você, decerto que nunca vi um menino assim — finalizou ele, tocando o meu peito com um indicador esticado que pode muito bem ter sido uma varinha de condão. Pois, naquele momento, senti algo se abrir dentro de mim.
Não lembro se me despedi, se perguntei o nome do mendigo ou se me apresentei. Também não lembro se ele voltou para a casinha de cachorro ou se foi embora rumo à imensidão de Pinheiros. Só lembro de chegar em casa com o barco e mostrá-lo para o meu pai — que se impressionou por um instante com uma holografia tão boa, ou algo assim, mas que logo voltou a ler o jornal.
Foi só ao longo dos anos seguintes, depois de muita experimentação, que entendi o que o mendigo queria dizer quando disse que aquilo vinha de dentro de mim.
Meu pai era engenheiro de uma multinacional e viajava para vários países para participar de treinamentos ou para avaliar as máquinas que comprava para a fábrica do Brasil. Eram viagens curtas, de uma semana ou duas, mas mesmo assim as separações sempre me faziam sofrer. Incomodava-me a ausência dele no apartamento à noite e as raras ligações, ruins e curtas, que serviam como únicas conexões entre nós durante aqueles períodos, não bastavam para matar a saudade.
Alguns meses depois daquele dia das crianças, meu pai embarcou em uma dessas viagens para a Itália. Milão, eu acho. E foram dias especialmente difíceis, porque minha mãe estava com um projeto maluco na agência e chegava tarde quase todos os dias.
No dia anterior à esperada volta do meu pai ao Brasil, experimentei a primeira interação da minha alma com o barquinho. Estava tentando fazer a lição de casa, mal capaz de calcular de tão ansioso, quando vi: em torno da embarcação, na região intermediária entre o céu e o mar, centenas de micro andorinhas agitavam-se em uma revoada bonita e perfeita que fez meus olhos encherem de lágrimas. Meu pai estava voltando, sem dúvida nenhuma.
Pouco mais de um ano depois, vivi os piores dias da minha vida: perdi meu melhor amigo de maneira trágica. Dudu era o meu melhor amigo da escola e do prédio, do tipo que dormia na minha casa e que ia à praia com a minha família quando descíamos para o Guarujá. O pai dele tinha depressão. Em um domingo ensolarado, deu um monte de remédios de dormir para Dudu e a irmãzinha Luiza e, enfim, tomou ele próprio o coquetel mortal. E, assim, os três dormiram para sempre, deitados lado a lado na cama do Du — a mesma que eu ocupava quando ia ao apartamento deles. A história saiu no jornal, tia Ana ficou meio louca, e meus pais não quiseram me levar ao velório por conta da confusão de gente gritando, chorando e tirando foto entre a horda de repórteres querendo entrevistar qualquer um que conhecesse a família.
Não lembro se era fim de semana ou se minha mãe me deixou matar a escola. Só lembro que, naquele dia, assim que sentei na frente do brinquedo — onde permaneci pelo resto do dia —, o perene céu de brigadeiro ficou preto de súbito, os pequenos trovões nervosos correndo pelas nuvens antes de precipitarem violentamente contra o mar. Lembro do meu cabelo todo arrepiado, cheio de uma estática sobrenatural. E lembro muito bem que, em algum momento, um trovão atingiu em cheio o barco de pedra. Quando olhei de perto, vi o enorme buraco que fazia água dentro do casco. Achei que ele fosse afundar. Cheguei a desejar com todas as forças que de fato afundasse, para sempre.
No dia seguinte, o barco amanheceu remendado. O céu, porém, continuava preto, agressivo, assustador. O mar encrespado atirava-se contra o casco do barco como se estivesse lutando contra aquela intrusão do homem na natureza, e foi assim por vários dias. Semanas. Demorou, mas algum tempo depois, o céu clareou. O remendo do barco, por outro lado, jamais sumiu. Ao contrário: calcificou-se contra a pedra do casco como se sempre tivesse existido.
Alguns anos depois, quem morreu foi o meu avô Francisco. Nessa época o barco já ficava dentro do meu guarda-roupa, e não mais em cima da mesa, onde todo mundo pudesse vê-lo. Por isso, depois do enterro, corri urgentemente até o armário para checar as condições meteorológicas da minha analogia semi-perpétua.
Estava um pouco temeroso de que a morte do vovô danificasse para sempre a pequena embarcação. Quando abri a porta do armário, porém, me deparei com um céu cinza e chuvoso, sim, mas em nada parecido com a tempestade que presenciara tempos antes. De certo modo, era até bonita a maneira como os poucos raios de sol rompiam a barreira das nuvens escuras com a promessa de que tudo ficaria bem. O barco, aparentemente mais sólido e robusto, velejava através das ondas com uma espécie de coragem petulante.
Pouco tempo depois da morte de meu avô, amei o meu barquinho como nunca antes. Na tentativa de me animar, minha mãe chegou em casa com um filhotinho de cachorro, um pequeno pastor peludo que em tudo se parecia com o Osíris, que por sua vez me fazia lembrar o vovô Chico. Quando, naquela noite, espiei dentro do guarda-roupa com Hórus aninhado em uma das mãos, meia dúzia de golfinhos acompanhavam o velejar do barquinho fazendo firulas em torno de sua quilha. O dia brilhava ensolarado e quente, assim como o meu coração.
Uma das minhas últimas interações com o barco aconteceu logo que entrei no colegial. Foi nessa época que tomei o meu primeiro fora, da menina que eu achava ser a mulher da minha vida. E, por algum tempo depois do fatídico dia, fiquei sem conseguir ver o barco através da nevasca poderosa que pintava toda a mini atmosfera do brinquedo com um branco solitário, congelante e perigosamente confuso.
Quando casei, a peça não passava de um velho barco de pedra acomodado em uma base plana. Nada de magia, nada de analogia, nada de ciência viking perdida no tempo. Era uma peça lindíssima, ainda assim, e uma das primeiras coisas que separei para levar do apartamento dos meus pais para o meu novo lar.
Por anos tentei convencer Marina das propriedades tecno-psicológicas do brinquedo. Tentei convencê-la de que eu lembrava, de que tudo acontecera de verdade. Mesmo com tantos detalhes, com tantas descrições de cheiros, de medos, de coisas que minha mente pragmática certamente não seria capaz de criar do zero, ela não acreditava em mim. Ela até me contou sobre a reportagem da Superinteressante que falava sobre as memórias que nosso cérebro é capaz de criar. Rimos, mas por dentro eu fiquei chateado com a sugestão de que aquilo tudo não passara de loucura minha.
Um dia fomos ao cinema assistir um daqueles filmes blockbuster de boneca possuída. Depois do filme, Marina — antes cética, então assustadíssima — chegou a propor que eu jogasse o barco fora. Quase brigamos feio, mas no fim eu consegui abrandar as decisões desesperadas ao prometer que levaria o barquinho a um centro espírita.
Pode parecer ridículo, mas sim, eu o levei. E, de um modo ou de outro, saí de lá mais leve quando os orientadores do local me garantiram de pés juntos que não havia nenhuma possessão bizarra no meu brinquedo viking.
Por fim, especialmente depois do episódio do centro espírita, o barco virou uma piada interna nossa. Por isso, quando estava tudo pronto para abrirmos nosso primeiro restaurante de frutos do mar, batizamos a casa de Drakkar.
Quando estava estudando a fachada, descobri pela Internet um artesão no Rio Grande do Sul que fazia peças de pedra muito similares ao meu barquinho. Peguei um avião para lá com o meu original viking na mala, e meses depois alternei a direção com minha esposa até o sul para coletar a maravilhosa réplica de pedra que hoje decora a entrada do lugar do qual tiro meu sustento e onde mora meu coração.
Sinceramente, não sei explicar o que me fez guardar o barquinho mesmo depois de findos seus poderes. Mesmo antes, totalmente ativo, aquela peça mágica não me servira para nada, ao contrário do que acontece nos contos de fada nos quais os protagonistas são agraciados com objetos mágicos que, cedo ou tarde, surgem como um verdadeiro deus ex machina para todos os problemas do mundo. Não me fez um guerreiro poderoso. Não abriu nenhum portal para um mundo mágico perfeito. Mas, de algum modo, toda vez que olhava para o barco, lembrava de que ele era meu porque seu antigo dono me achara especial.
Depois do episódio do centro espírita e do batizado do restaurante, fui autorizado pela minha esposa a manter o barquinho em posição de destaque na decoração do nosso quarto. Assim, certo dia, quando chegamos em casa depois de um dia terrível de trabalho com direito a ataques de choro de Marina e uma discussão acalorada na cozinha, a primeira coisa que vi foi aquele céu cor de creme, brilhando perfeito acima da pequena e fina névoa de garoa que salpicava o barco e o mar. Cruzando de um lado ao outro a base do barquinho, um arco-íris reluzia com especial vivacidade.
Sentamos ambos boquiabertos na beirada da cama, hipnotizados pela visão. Marina estendeu um dedo tentativo, mas interrompi-a com um gesto suave da mão. Satisfeito com sua expressão incrédula, não perdi a oportunidade:
— Acredita, agora?
Ela só me olhou, incapaz de falar por um longo tempo. Finalmente, se pronunciou:
— Sabe, isso tem nome…
Fiz uma careta.
— Loucura? Miragem?
Ela sorriu para mim e pousou a mão sobre a barriga.
— Não… Tinha pensado em Cecília se for menina… — Puxou minha mão e pousou-a sobre a dela. — E Francisco se for menino.