Alexandra Cardoso, escritora transexual nascida em São Paulo, é formada em bioquímica e no momento está cursando mestrado em ecologia. Apaixonada por ficção cientifica desde pequena, ela começou a escrever suas próprias histórias e nunca mais parou. Felicitas Ex Machina é o seu primeiro trabalho publicado.
“Felicitas Ex Machina” reflete sobre a autonomia dos humanos e das máquinas. Por que você decidiu abordar esse tema?
O tema de autonomia pessoal sempre foi algo que me fascinou, especialmente a facilidade com que ela muitas vezes é negada as pessoas.
De onde veio a inspiração para o conto?
A inspiração veio por volta de 2015, eu estava lendo esse artigo sobre como as funções do controle parental do Windows 10 podiam ser usadas para reportar caso crianças tentassem acessar sites de apoio á LGBTQ. Eu comecei a remoer essa ideia, mas ao mesmo tempo queria fugir do tema de que a tecnologia por si só é maligna.
Quais são suas influências literárias? E suas influências além da literatura?
Desde pequena sempre fui fascinada pela ficção cientifica de Asimov, Verne e Octavia E. Butler mas me apaixonei pelo gênero cyberpunk com as novelas de Shadowrun que lia quando era adolescente. Mais recentemente tenho lido Richard K. Morgan e Beth Cato.
Fora da literatura, minhas grandes paixões são o podcast “Welcome to Night Vale” e uma menção especial para “Os 12 trabalhos do Escritor” que me ajudou a ter coragem para finalmente publicar meu trabalho.
Como é seu processo de escrita? Felicitas Ex Machina seguiu esse processo?
Para mim o mais importante em qualquer livro são os personagens, já que vão ser as ações deles que vão guiar a trama. Eu gosto de começar com uma pessoa com um problema, ao redor dela eu vou criando mais pessoas com suas motivações e problemas. Ao redor deles eu vou criando o mundo, moldando ele de acordo com a estética e temas que eu quero na história.
Felicitas Ex Machina seguiu esse modelo, tudo começou com essa garota escondida dentro do closet, pedindo por ajuda.
Se você pudesse viver em alguma outra época da história, qual seria?
Essa é uma pergunta complicada para alguém como eu, provavelmente teria de trapacear e ir para o futuro distante.
O que podemos esperar do seu trabalho no futuro? No que tem trabalhado ultimamente? Use espaço para deixar sua mensagem aos leitores da Trasgo.
Antes de tudo, espero que tenham gostado da leitura! No momento eu tenho brincado com algumas ideias para um livro de ficção cientifica girando em torno da mitologia Brasileira.