Entrevista: Bruna Nora

Bruna Nora é amante de ficção especulativa desde que entende o que era uma história, atualmente escritora e ilustradora de quadrinhos e tudo o mais que pode se relacionar a narrativas. Vivo a base de chá e projetos inacabados.

Seu conto "Rainha das Cinzas" mostra um duelo entre uma jovem rainha protegendo seu reino e uma bruxa. Como você teve a ideia para essa história?

Pra ser bem sincera… foi um sonho que eu tive, hahaha. Eu não lembro direito hoje os pormenores, mas eu lembro de sonhar com uma garota lutando contra uma criatura no meio das chamas, e depois ela, com uma expressão pesarosa, no topo de uma colina sendo coroada a "Rainha das Cinzas". Eu achei que dava um bom plot pra um conto quando acordei.

No mundo do seu conto, a magia corrompe. Porque você escolheu essa abordagem?

Acho que quando eu comecei a desenvolver a história eu precisava de um motivo para a princesa ter demorado tanto para vir salvar seu próprio reino. Pensei automaticamente em uma "quest" onde ela iria encontrar uma arma mágica que pudesse finalmente conter o mal de uma vez por todas. Mas ao mesmo tempo pensei em todas as emoções negativas que ela estaria trazendo consigo por causa da situação, e como seria fácil abusar deste novo poder. Basicamente é uma história sobre como o poder corrompe as pessoas.

Quais são suas principais influências literárias, nacionais e internacionais?

Acho que, descaradamente, as obras que mais influenciaram este cenário foram Puella Magi Madoka Magica e Star Wars. Madoka tem todo o ciclo vicioso de garotas que destroem bruxas pra depois se tornarem elas, e Star Wars tem a abordagem do "você se tornou aquilo que jurou destruir".

Em um geral, eu sou altamente influenciada por autoras de infanto-juvenil. Eu gosto do jeito simples e direto, porém ainda sutil e bonito que autoras como Beth Revis, Marissa Meyer e Amie Kaufman escrevem fantasia especulativa.

Você também é ilustradora, como sua arte e sua escrita se relacionam? Há uma interação entre elas?

Eu sempre fui apaixonada por narrativas. Quando eu desenho, eu tento aplicar isto tanto quando eu escrevo. Como eu gosto muito de animações e quadrinhos, às vezes eu escrevo pensando em como as cenas funcionariam se elas fossem adaptadas para um meio visual. Porém quando decido escrever algo que seja puramente literário, eu costumo usar da ilustração como um complemento. Inclusive, fiz a ilustra que acompanha o conto, logo quando eu o escrevi!

Como nascem suas histórias? Nos conte um pouco do seu processo criativo.

Isso é engraçado. Geralmente minhas histórias começam de algum sonho que eu tenho (sério, eu tenho uns sonhos muito bizarros). Estes sonhos geralmente servem de "prompt", que eu começo a desenvolver alguma coisa em cima. O produto final quase nunca tem a ver com como o sonho começou, mas eu tenho uma grande dificuldade de sentar e pensar "vou escrever uma história agora!" sem ter algum tipo de coisa para me basear em, e estes sonhos servem bem pra isso. Então é escrever, pensar sobre a história no banho, reescrever, fingir que o trabalho não existe por uns meses, ler de novo, reescrever, até que eu tenha algo que pareça com uma história legal.

Onde os leitores da Trasgo que gostaram do seu conto podem acompanhar seu trabalho?

Eu tenho uma página no Face onde eu compartilho os meus trabalhos artísticos. A maioria deles são ilustrações, mas confesso que já fiquei com vontade de colocar as minhas obras escritas em algum lugar pra compartilhar. De qualquer maneira, quando eu o fizer, eu vou anunciar lá na página. Eis o link: fb.com/BrunaNoraArt

Author: Lucas Ferraz

Lucas Ferraz é um Consutor de TI que se meteu a escrever e não parou mais. Participa dos podcasts CabulosoCast e Papo Lendário, sobre literatura e mitologia respectivamente. Escreve crônicas e edita os contos do Leitor Cabuloso e participa da Trasgo como revisor lucasferraz.com | @ferraz_lucas

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