Entrevista: Jéssica Borges

Jéssica Borges, 27 anos, é formada em Letras pela Universidade de São Paulo. Autora de contos já publicados e ensaiando os primeiros passos no romance e na novela, tem como objetivo encontrar a arma certa para derrotar sua pior inimiga: a procrastinação. Tem seis cachorros e acredita piamente que Buffy, a caça vampiros, deveria ser considerada patrimônio cultural da humanidade.

Talvez o aspecto mais marcante de "Aceita Viajar pela Empresa" seja a protagonista. Conte um pouco sobre como foi escrever essa personagem.

A Fernanda é o tipo de personagem que tem o humor que eu gosto: meio idiota e que vem muito de saber observar os absurdos que a vida às vezes traz. Eu precisava de uma personagem assim porque toda a situação do conto é bem absurda — mesmo achando que seria divertido viajar a trabalho, o que acontece com ela é um tantinho além do esperado — e eu queria uma personagem que entendesse o quanto aquilo tudo era estranho, que risse da coisa toda, mas que também entrasse no jogo sem perder as características que de um observador externo. Além disso, eu queria que fosse fácil se identificar com ela, que ela fosse “gente como a gente” em uma situação inusitada, e para isso o recurso da primeira pessoa foi bem importante. Para ser sincera, eu me diverti bastante com ela.

Achei o cenário do conto muito rico — um cenário que faz parte da história, não apenas serve de pano de fundo para ela. De onde surgiu essa ideia?

O "mundo" e a maioria das cidades citadas no conto já fazem parte do universo com o qual eu trabalho há anos, tanto em contos quanto em textos mais longos (e que estão engavetados, esperando revisão e reescrita).
O Deserto, especificamente, surgiu na minha cabeça como uma mistura de Tatooine e Duna, um lugar meio sem lei que as pessoas têm de se virar, porque as cidades em volta não têm muita certeza de quem tem a jurisdição por ali.

O que costuma te inspirar nessa vida de escritora? Algum livro, filme, música que você considere como maior influência?

Depende muito do que eu estou escrevendo. Eu gosto muito de séries, filmes e livros, então acabam saindo muitas ideias inspiradas nessas mídias. Alguns escritores também são muito importantes para mim, como a J.K. Rowling que tem uma visão completa do mundo e dos personagens que ela cria, o Alexandre Dumas, que era um contador de histórias como poucos, o Stephen King e suas atmosferas sinistras… São vários. Eu tento viajar bastante entre textos, mas as ideias acabam vindo de todo lugar.

O que mudou na Jéssica escritora desde que publicamos "No Labirinto"? E o que podemos esperar para o futuro?

Eu ainda me considero uma novata no mundo da escrita, mas estou melhorando! Também estou escrevendo um pouco mais do que antes e espero logo logo ter um blog ou uma página para publicar esses textos.
Também quero publicar, em e-book, uma novela — ela já está pronta como primeiro rascunho, precisa apenas ser revisada — que acontece nas vizinhanças do Deserto de Vidro, mais especificamente na última das cidades citadas.

Além disso, quero experimentar alguns outros gêneros, como a ficção científica e o terror, que eu nunca tentei explorar e que algumas coisas que eu tenho visto, principalmente séries, têm me dado ideias.

Conte pra gente onde podemos encontrar mais sobre você e suas histórias, ou acompanhar você nas redes sociais.

Além de "No labirinto", que está na Trasgo 4, eu tenho outros dois contos publicados: Um, chamado "Cedo", está na antologia Samurais X Ninjas, da editora Draco, e o outro, "Ao lado do rio", faz parte da antologia Trópicos Fantásticos, lançada na Amazon.

Nas redes sociais, estou no Facebook, Twitter e Instagram (com muitas fotos de cachorro). Além disso, eu e mais duas amigas criamos a página Alexandria Assistência Editorial, no Facebook.

Última pergunta: se você vivesse no universo de "Aceita viajar pela empresa?", teria muita gente pra pedir perdão no fim da vida?

Nossa! Essa é difícil de responder! Eu realmente esperaria que não, mas acho que todo mundo tem um momento que acaba tendo de pedir perdão por alguma coisa. Só não pode tornar isso um hábito. Nem se esquecer de pedir.

Author: Enrico Tuosto

Enrico Tuosto é escritor, revisor da Trasgo e rockstar fracassado. Também cuida das redes sociais e da newsletter da revista, mas o que ele gosta mesmo de fazer é jogar RPG. enricotuosto.tumblr.com/writing

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