Nascido em Aracaju, Thiago Lee mudou-se para São Paulo em 2012 e não parou mais de escrever. Com diversos contos publicados, foi finalista do Brasil em Prosa em 2015, ano em que lançou o livro Réquiem para a Liberdade. Em 2017, lançou Guerras Cthulhu. É host do podcast Curta Ficção. Odeia uvas passas.
Cibersolitude explora temas interessantes como transhumanismo e traz alguns conflito éticos que a personagem passa devido à sua condição. Como surgiu a ideia de escrevê-lo?
Meu primeiro pensamento foi escrever algo que transmitisse ao leitor os efeitos da solidão na mente humana (nesse caso, "meio-humana"). A partir dessa ideia, comecei a esboçar o conceito da dualidade da personagem, que vive atormentada por sua outra metade, como se estivesse definhando aos poucos.
A figura dos espaçomagos é interessante, pois o nome remete à magia mas eles parecem um grupo muito tecnológico. Porque você escolheu os deixar enigmáticos ao invés de falar mais sobre eles?
Não achei que caberia expandir o conceito no espaço de um conto, achei que ficaria meio "jogado". Por isso, deixei só uma referência para o leitor imaginar sozinho o passado da Goshka. Além disso, serve como um possível ponto de partida para escrever algo maior, principalmente após a ótima recepção que tive dos leitores.
Quais são suas maiores influências literárias? Gostaria de indicar alguns livros aos leitores da Trasgo?
Cresci devorando livros de mistério e investigação, como Agatha Christie e Marcos Rey. Daí, passei para drogas mais pesadas na ficção científica, fantasia e literatura nacional. Atualmente minhas maiores influências são Haruki Murakami, China Miéville, Douglas Adams, Gabriel García Márquez e Jorge Amado. Recomendo fortemente "História da sua vida e outros contos" do Ted Chiang, que contém a história que originou o filme A Chegada.
Nos conte um pouco sobre como funciona seu processo criativo.
Um caos completo. Costumo escrever pelo menos uma dúzia de versões diferentes de uma história, até ter o momento "eureca", pegar os pontos fortes de cada versão e convergir numa história única. Cibersolitude, por exemplo, começou meio "Clube da Luta": as duas personalidades da Goshka se viam como pessoas diferentes. Quanto à escrita em si, aproveito qualquer meia hora de folga do trabalho para escrever, até mesmo no ônibus. Quem conhece a vida corrida de São Paulo sabe que tempo livre é luxo.
Você é um dos hosts do podcast Curta Ficção, gostaria de falar um pouco sobre esse projeto?
Encabeço esse podcast juntamente com a Jana P. Bianchi (que tem um conto na Trasgo 09) e o Rodrigo de Assis Mesquita, que são amigos e excelentes escritores. Cada episódio dura cerca de meia hora e conta com dicas para escritores, entrevistas com profissionais do mercado editorial e análises aprofundadas de obras da cultura pop. Estamos muito felizes com o sucesso e temos recebido feedback de ouvintes que aprendem bastante com o conteúdo.
Você está trabalhando em algo atualmente que queira dividir conosco?
Recentemente publiquei, com mais três amigos, a antologia Guerras Cthulhu – Histórias Lovecraftianas, e já começamos a esboçar a segunda edição. Fora isso, estou a todo vapor no meu novo romance, um realismo mágico ambientado em São Paulo, e revisando um roteiro para teatro em conjunto com meu professor de roteiro, o talentoso Alex Francisco.
Quais os meios para os leitores da Trasgo acompanharem seu trabalho?
Para os que se interessaram no podcast Curta Ficção, podem acessar os episódios por aqui (curtaficcao.blubrry.com). O meu site (thiagolee.com.br) contém informações detalhadas de todas as minhas publicações e links para comprá-las. Alguns de meus contos estão disponíveis gratuitamente no meu perfil do Wattpad (wattpad.com/user/thiagolee). Por último, podem me adicionar no Facebook (fb.com/thiagoleee) ou Twitter (@thiagoeulee) à vontade!