Cecília Reis é artista plástica, escritora, ilustradora, designer e mestra de RPG. Uma produtora de conteúdo viciada em contar histórias de fantasia, romance, jornadas transcendentais, disputas de vida ou morte e personagens apaixonadas. Ela é a autora de Os Cavaleiros do Inverno e A Irmã da Espada.
Como foi o processo de criação dessa capa da Trasgo? De onde veio a inspiração para ela e qual a técnica utilizada?
Eu tinha esse personagem em mente que estava louca para desenhar e um pacote novo de brushes para testar, então o convite da Trasgo veio na melhor hora! Entre o trabalho e os escritos, raramente me sobra tempo para dedicar a ilustração, então eu agradeço qualquer desculpa.
Eu comecei um um rascunho de formas e cores chapadas, até fechar a composição final, então brinquei com a ferramente de Curves e Hue/Saturation até fazer uma paleta satisfatória. Daí foi só um longo trabalho de renderizar texturas e refinar o desenho.
Essa arte me remete às capas de seus livros Os Cavaleiros do Inverno. Há alguma referência à sua obra nela?
Haha, droga, você me pegou. Sim, é um dos personagens do livro. Eu queria muito desenhá-lo e estava precisando da desculpa certa.
É possível notar um diversidade de estilos e traços em seu portfólio. Quais artistas são referências para sua criação variada?
Eu não tenho grandes amores para a arte realista e super renderizada. Gosto mesmo é do êxtase de uma forma fluida e cores vibrantes, de luz e contraste. Hiroaki Samura é meu grande sensei de ritmo, composição, traço e energia. Aprendi anatomia com Michelangelo e Caravaggio, perspectiva com o Escher, Lineart com a Secondlina, cor com a Yamino e a Gunkiss. Maya Kern é minha grande referencia de estilo.
Você também escreve e tem obras publicadas. Como você vê a relação de sua prosa e suas ilustração? Uma influencia a outra?
Minha imaginação é muito visual, então minha jornada com a escrita foi aprender a transformar minhas visões em palavras de maneira eficiente, mas poética, sem me prender demais a descrições infindáveis. Os personagens e lugares costumam entrar prontos na minha mente, querendo ser pintados, daí eu tenho de capturá-los no texto.
Nos conte um pouco sobre seus livros. Há algum trabalho futuro que queira dividir com os leitores da Trasgo?
A coleção Hiemis, que começa com Os Cavaleiros do Inverno, é uma série de romance sobrenatural que flerta com terror cósmico e o gênero arlequim. Eu queria contar uma história arlequim sobrenatural que fosse realmente boa, haha, sem passar pelos clichês machistas que envenenam tanto o gênero. Foi minha primeira experiência com a escrita de romances, então eu queria aprender as técnicas de escrita enquanto me divertia com uma história que eu sempre quis ler, cheia dos meus gatilhos pessoais. A recepção tem sido boa e me colocou em contato com varias moças que apreciam o mesmo tipo de história que eu.
Uma garota herda seis demônios da mãe depois que ela morre num confronto com criaturas anteriores à própria existência. A presença da garota nesse grupo de anciãos serve de catalisador para dramas pessoais, além de afetar a guerra que eles enfrentam. É um romance no sentido que as relações entre os personagens movem o enredo mais do que qualquer outro fator e você tem de estar interessado em conhecer eles mais profundamente se quiser apreciar a história. Felizmente, a maioria das leitoras parecem estar bem dispostas.
Eu estou escrevendo paralelamente uma série de novellas de fantasia medieval sobre a Irmã da Espada, uma paladina que passa por uma prova de fé depois de quase morrer em um duelo contra um feiticeiro perigoso. É um projeto mais antigo que o Hiemis, mas que só agora me sinto madura o suficiente para encarar.
Quais os meios para quem curtiu seu trabalho poder ver mais e entrar em contato?
O melhor jeito de me achar é pelo meu portfolio, ceciliareis.com.br, e pelo facebook /ceciliareism. É onde eu mantenho tudo atualizado, onde posto notícias e onde consigo conversar com as leitoras.