Entrevista: Mary C. Muller

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Mary é uma garota estranha que gosta de coisas esquisitas e nunca tentou comer aipo. Gosta de gatos e costuma entender a gramática felina com mais facilidade do que o esperado. Autora de um livro infantil chamado “Eu queria ser um dinossauro”, também já ilustrou o trabalho de outros autores. Seus contos “102A” e “O que os gatos dizem” serão publicados em breve em coletâneas. É designer gráfica especializada em projetos editoriais e mora em Belo Horizonte com seu marido e uma gata caolha que ouve hip hop.

“Estive assombrando seus sonhos” parece se passar no mesmo universo da sua obra “Desmortos”. Como surgiu, quais são as referências a este cenário?

Desmortos começou em 2011 como algo muito simples. Seria um conto sobre um menino que desenterrava uma zumbi no cemitério local. Depois que comecei a pesquisar mais para escrever, a história tomou outras proporções e introduzi os personagens da banda e da república, o que fez com o universo ficasse maior.

Na época que estava escrevendo me recomendaram o seriado Being Human, que se tornou uma grande referência para os relacionamentos dos personagens com o mundo sobrenatural. Além do seriado, o livro tem muito do álbum Oh My love, da banda Mother Mother e Weather Systems, do Anathema. Os dois álbuns resumem muito da história.

A ideia de espíritos vagantes que não aceitam ou compreendem que não estão mais encarnados é comum nas religiões espiritualistas. Você acompanha alguma delas, ou pesquisou sobre o assunto para escrever?

Parte da minha família é espirita, então desde criança acompanho a religião, mas para o universo de Desmortos eu ignorei muitas das coisas que aprendi sobre o espiritismo, quebrando várias regras e fazendo uma fantasy kitchen sink, colocando várias criaturas sobrenaturais na mesma história. Eu não queria fazer nada que lembrasse alguma doutrina ou religião específica.

Há algum motivo especial para o trecho de “Ghosting”, do Mother Mother citado?

Esse álbum foi muito importante para mim ao criar o universo de Desmortos por uma série de motivos, e essa música em particular sempre me lembra o Felipe, personagem do conto.

Quais são as suas principais inspirações, livros e autores favoritos?

Na literatura, minha principal inspiração é Diana Wynne Jones. Tudo o que ela faz, para mim é simplesmente incrível. A música também é uma das minhas grandes inspirações, tudo o que eu faço sempre tem relação com música.

Além da Trasgo, você tem outros contos para sair em coletâneas. Pode contar um pouco mais sobre eles?

Um dos contos é o “102 A”, para a coletânea Nós Estamos Aqui. É uma história sobre uma menina apaixonada por um menino que pega o mesmo ônibus que ela para ir para a escola. O outro é “O que os gatos dizem”, uma menina que precisa ajudar um grupo de gatos falantes a salvar um amigo. Este segundo é um conto mais infantil, e um dos que mais me diverti escrevendo.

Você queria ser um dinossauro?

Com toda certeza do mundo. Ser um dinossauro é muito mais legal que ser uma pessoa.

Há algo mais em que esteja trabalhando que pode adiantar para a gente?

Terminei faz pouco tempo um romance juvenil sobre um garoto com uma mãe alcoólatra e muito em breve devo liberar na Amazon uma coletânea com cerca de 6 ou 7 contos juvenis. Cada um deles baseado em uma letra de música. O próprio Desmortos está pronto, mas paradinho no canto dele.

Há algo mais que queira divulgar nesta entrevista?

Queria divulgar que eu gosto muito de pizza de chocolate e toddynho.

Quem gostou do seu conto e quiser conhecer mais sobre os seus trabalhos, quais os links?

Eu tenho uma conta no wattpad onde as pessoas podem ler o começo de meus dois romances e link para o Eu Queria ser um Dinossauro, que está livre na internet para leitura, mas que possui também uma versão impressa para quem quiser presentear ou ter em casa. Para aqueles que curtem meu trabalho com ilustração, podem me seguir no Behance ou no tumblr.
Wattpad: MariaClaudiaMller
Behance: marycmuller
Tumblr: chocolatemary

Author: rodrigovk

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