Hális Alves é nascido e criado em Natal/RN. Começou a escrever aos treze anos, primeiro pelo gosto antigo por leitura, depois impulsionado pelo RPG. Cursou direito na UFRN e depois foi estudar no Japão, onde reside atualmente. Suas maiores influências são Tolkien, King, Guimarães Rosa, Gaiman, Saramago, Herbert, Lovecraft e Eco.
Ventania é um texto pós-apocalíptico que se passa no Nordeste brasileiro. Como foi criar o cenário para o conto?
Foi relativamente simples. Como cresci conhecendo o litoral potiguar, deu para ter uma ideia do que poderia ser explorado em relação ao ambiente, personagens e outros detalhes, incluindo o potencial da indústria eólica. Já tenho uma queda forte por ficção pós-apocalíptica, então relacionar os dois foi algo mais ou menos natural.
Quais as inspirações para os personagens?
Não houve quase nenhuma inspiração específica porque se desenvolviam praticamente sozinhos à medida que as coisas iam acontecendo. A única exceção foi Malvino, em que por vezes me peguei pensando em Padre Callahan e Eldred Jonas, personagens de Stephen King.
Você começou sua carreira literária nos fóruns da antiga SpellBrasil. Como você vê esse convívio online entre escritores?
Acho não apenas muito bacana como essencial. Lembro muito bem dos tempos de fórum, em que o acolhimento dos membros foi um incentivo muito bem-vindo que estimulava a força criativa. Acaba sendo um elemento chave para que nós possamos ter contato com opinião e obras de um grupo de pessoas que as façam com gosto e sem qualquer obrigação.
O que o atrai na ficção científica?
O poder de previsão. Especular e escrever sobre o que pode ser na realidade. Tentar ter algum poder sobre as possibilidades. Por mais que sejam coisas impossíveis, é divertido identificar rastros daquilo que pode realmente existir um dia.
Você tem um estilo um pouco mais rebuscado do que grande parte da nova geração de escritores. Quais são as suas referências?
Talvez seja uma herança da adolescência ainda, de quando lia clássicos da literatura brasileira e portuguesa. Como o português permite certas liberdades que são deixadas de lado no inglês, tenho gosto em tentar me expressar por caminhos mais inusitados. Já de referências diretas para esta história, de um modo geral, posso mencionar Cormac McCarthy, Frank Herbert e Stephen King.
Quais os planos para o futuro? Há algum livro em construção?
Estou trabalhando apenas em histórias avulsas para os projetos em andamento, mas pretendo retomar um épico que comecei a escrever alguns anos atrás, também com influências regionais. Espero conseguir concluí-lo até o fim de 2014.
Quem quiser ler mais coisa sua e conhecer melhor seu trabalho deve ir para?
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