Entrevista: Rodolfo Salles

Rodolfo Salles é da Grande SP, designer especializado em vídeos e apaixonado por contar histórias, o que o levou a se aventurar na escrita. Escreve histórias desde criança, e a princípio produzia seus próprios quadrinhos com elas, mas com o tempo foi percebendo que o desenho não era tanto sua praia, e acabou seguindo o caminho das letras. Uma amiga lhe apresentou o Wattpad, onde começou a publicar contos de ficção científica, depois minicontos cotidianos e por fim, a trilogia de ficção fantástica Absolutos, que em alguns meses será publicada na Amazon em uma versão reescrita, revisada e melhorada. Também faz parte do blog A Taverna (tavernablog.com), cujo objetivo é incentivar novos escritores e resenhar obras tanto internacionais quanto nacionais.

O universo de “Último dia” dita as premissas da história, mas ao mesmo tempo não é explicado de forma exaustiva no conto. Esse universo é parte de algum projeto literário maior?

A história se passa em um local não especificado desolado após um evento chamado de “Flagelo”, para o qual não são dadas muitas explicações.Optei por focar mais na missão do que no mundo em si. Mas, refletindo sobre o assunto, como eu tenho um Universo de space opera, em que cada planeta possui suas próprias histórias, o conto poderia ser encaixado em qualquer um desses mundos, embora eu não o tenha criado para ser assim. Mas sim, poderia fazer parte do meu Universo maior sem problemas.

De onde surgiu a inspiração para “Último dia”?

Como inspiração, tive Inception, filmaço do Nolan em que os personagens vão entrando em camadas dentro de camadas até chegar em seu objetivo final, e um pouco do filme Amnésia (nem preciso dizer que sou fã de Nolan, né? rrsrs), em que o personagem não se lembra do momento anterior, mas tentei dar essa sensação ao leitor, de que ele estava mergulhando dentro de uma trama em que estivesse perdido no fluxo do tempo até que tudo fosse explicado a ele e fizesse sentido. Também tive inspirações nas obras distópicas como Jogos Vorazes e Maze Runner, em que os personagens são colocados em situações limites surreais e precisam aprender a sobreviver. Foi uma experiência bem divertida colocar viagem no tempo (um dos temas que mais me fascinam dentro da ficção) com uma distopia e ver o que saía dessa salada.

Nos conte sobre o seu processo de escrita. Como você começa a escrever, e como termina?

Sempre que estou com a folha em branco, pronto para criar uma história nova, eu costumo pensar em tudo que já foi feito dentro do tema daquela história, e procuro explorar novos caminhos a partir disso. Por exemplo, Último dia veio a partir dessa ideia sobre viagem no tempo, com uma pergunta: e se o mundo acabasse em um dia, e você tivesse a chance de voltar para o dia em que ele acabou? O que você faria nesse um dia para evitar seu fim? A primeira ideia era colocar uma corrida contra o tempo desse personagem tendo um dia pra mudar a história, mas aos poucos fui lapidando a ideia, encaixando dentro da premissa de viagem no tempo, e acabou chegando nessa versão em que a jornada é mais importante do que a conclusão, explorando mais a missão de chegar até o dia D do que o dia em si.

Passei pelo mesmo processo em meu livro Absolutos, que em breve será publicado na Amazon, imaginando como seria Avatar: a lenda de Aang, com Star Wars, uma space opera cheia de aventuras, magia e mundos exóticos.

Definido o plot, eu começo com os brainstorms, para criar uma espécie de guia estrutural para montar o arco narrativo do personagem e da trama, escolhendo o ponto de partida e o de chegada, e assim preenchê-lo com o recheio. Uma vez criado todo o resumo da trama, volto para o início, criando os personagens que no processo anterior estavam mais rasos, e preenchendo-os com conteúdo, a fim de dar vida a eles. Tendo personagens e trama, fica fácil jogar tudo no papel e a história começa a andar sozinha. Me considero um misto de escritor arquiteto com jardineiro, pois embora eu planeje, também deixo que a história se desenvolva por conta em seu recheio.

Quais suas autoras favoritas?

Tenho momentos, não acho que existam favoritos fixos, mas vamos lá: dentre os nacionais, gosto muito da forma de escrita do Leonel Caldela, Janayna Bianchi e Raphael Montes. E atualmente, estou adorando Mirta vento amarelo de André Regal e o pouco que li de Gabriel Tennyson com seu novo livro Deuses Caídos me deixou bem empolgado. Dos internacionais, meus favoritos vão para Brandon Sanderson e Leigh Bardugo, que com Mistborn e Six of Crows respectivamente roubaram meu fôlego em muitos momentos. Quero ser que nem eles quando crescer, rsrs.

Imagine que você pode escolher um livro escrito por outra pessoa e torná-lo de sua autoria. Qual livro seria?

Com certeza, seria Mistborn, que sintetiza em uma trilogia a maioria dos temas que eu gosto, e o faz de maneira primorosa. Lógico que, como autor, eu daria meu toque pessoal à obra.

Onde podemos acompanhar o seu trabalho? Use espaço para deixar uma mensagem aos leitores da Trasgo.

Os leitores podem me acompanhar pelo Wattpad, onde geralmente posto as versões beta de tudo que escrevo: wattpad.com/user/RodolfoSalles e na página oficial da minha trilogia Absolutos, onde posto novidades sobre a história, inclusive o lançamento da versão definitiva do livro, com leitura crítica, revisão e capa profissional: fb.com/TrilogiaAbsolutos.

Também podem me encontrar no site da Taverna, onde atuo mais como designer, mas em breve estarei escrevendo contos e matérias dentro do universo de Absolutos: tavernablog.com .

Nas redes sociais (principalmente Facebook e Instagram, não sou muito chegado a Twitter), só procurar por Rodolfo Salles, chama lá e vamos trocar altas ideias ;)

Agradeço a Trasgo pela oportunidade de publicar com vocês :)

Author: Enrico Tuosto

Enrico Tuosto é escritor, revisor da Trasgo e rockstar fracassado. Também cuida das redes sociais e da newsletter da revista, mas o que ele gosta mesmo de fazer é jogar RPG. enricotuosto.tumblr.com/writing

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