Entrevista: Jean Milezzi
Nascido em 1986 na cidade de Florianópolis, Santa Catarina, Jean Milezzi cresceu lendo os gibis do avô e dos pais, grandes incentivadores do interesse pelo desenho e por criar histórias junto com os irmãos. Iniciou sua carreira profissional aos 15 anos em uma pequena agência de propaganda na cidade de Laguna, onde viveu sua infância e parte da juventude, e desde lá já passou por diversas agências do estado e também por uma das maiores produtoras de vídeo do sul do país. Formado em Publicidade e Pós Graduado em Ilustração, atualmente reside em São José (SC) com sua esposa e trabalha como artista freelancer.
Vamos começar pela capa da Trasgo. Ela me passa a impressão de um mago invocando um dragão imenso, você pensou em alguma história antes de criar a ilustração?
Na verdade, sim, e essa é uma preocupação que sempre tenho ao trabalhar em um novo projeto. Acredito que a ilustração que vai além da beleza estética e conta uma história cria um elo muito mais profundo entre a obra e o espectador. Enquanto estava desenhando a arte da capa da Trasgo, por exemplo, uma frase não saia da minha cabeça: A ascensão dos deus vermelho!
Como funciona seu processo criativo? Quais técnicas utiliza?
Costumo começar um novo projeto abastecendo a mente com assuntos relacionados e criando um repertório de referências, para então começar a rabiscar. Me sinto muito mais a vontade no papel, então procuro fazer a parte criativa nessa etapa, deixando para o computador a parte técnica e de finalização. Para a capa desta edição da Trasgo eu utilizei técnicas de pintura digital, mas também gosto muito de técnicas tradicionais como pontilhismo e hachuras.
Quais são os artistas que mais te influenciam?
Tento absorver um pouco de tudo que vejo, então a inspiração está em todos os lugares. Gosto muito dos contrastes do fotógrafo Sebastião Salgado, das gravuras de Ramon Rodrigues e das ilustrações de Dave Raposa, Wesley Burt e Ian Macque. Isso sem falar em artistas consagrados, como Salvador Dali, René Magritte, Gustave Doré, Franklin Cascaes e Victor Meirelles. A lista é infinita.
Você tem várias ilustrações com crânios e monstros, a temática de horror/terror é uma das suas favoritas?
Com certeza! O desconhecido sempre me fascinou, desde quando era criança e lia Contos da Cripta, até me tornar adulto e descobrir grandes obras da literatura e do cinema. Gosto de acreditar que a verdade está lá fora, se é que vocês me entendem.
Nos conte um pouco de sua trajetória na arte e trabalhos que realizou.
Como é comum, eu comecei a desenhar quando era criança, por influência do meu pai, também artista. Aos 15 anos comecei a trabalhar como ilustrador em uma agência de propaganda, e desde lá são 16 anos de experiência no mercado. Já realizei trabalhos em diversas áreas, como capas de livros, artes conceituais, animação, storyboards, criação de personagens, direção de arte e muitas outras coisas. A ilustração é realmente uma aptidão muito versátil.
Tem trabalhado em algo atualmente que queira dividir com os leitores da Trasgo?
Além dos trabalhos profissionais, estou finalizando as obras da minha primeira exposição, que acontecerá agora em novembro, em Florianópolis, onde trarei ilustrações feitas com a técnica de pontilhismo. Além disso, também venho escrevendo uma história em quadrinhos que pretendo lançar ano que vem de forma independente.
Para quem gostou do seu trabalho, onde pode te seguir?
Convido os interessados a visitarem meu site pessoal jeanmilezzi.com.br e a me acompanharem no Instagram @jeanmilezzi onde sempre publico meus trabalhos e inspirações.