Olá, queridas madrinhas, padrinhos e leitoras da Trasgo! Rodrigo aqui, o editor. Neste post vou explicar o que está havendo com a Trasgo, por que estamos (muito) atrasados, além de novidades sobre a versão impressa, Padrim e tudo o mais.
Este post é mais pessoal, mas a situação da revista tem tudo a ver com isso. Vamos lá:
Começaremos por uma notícia boa: A Trasgo 17 está a caminho!
Sim, estamos alguns meses atrasados. Mas já temos uma seleção de contos aprovados e uma bela capa. Com isso devemos conseguir publicar lá para o fim de abril ou começo de maio, se tudo der certo.
Então, o que aconteceu com a Trasgo? Talvez vocês tenham reparado que estamos meio quietos desde o lançamento da última edição. Eu queria poder aparecer aqui e dizer que estávamos preparando uma mega surpresa, mas a realidade é mais complicada que isso: eu estava decidindo se a revista continuaria existindo ou não. E tentando sobreviver.
Este ano não é o primeiro que trabalho exclusivamente como freelancer, mas é o primeiro que tento fazer isso com uma bebê em casa. E vou dizer, é difícil para caramba. Com a esposa trabalhando fora, minha ocupação durante o dia era cuidar da bebê, e me sobrava à noite e algumas tardes para trabalhar (meus períodos menos produtivos). E “trabalhar” inclui, basicamente, tudo. Os projetos de redação publicitária para clientes, os cursos que dou no Viver da Escrita, o trabalho braçal que faço na produção do meu pai, e claro, a Trasgo.
Um agravante: vocês sabem quanto custa um pacote de fraldas? Além de menos tempo, precisei dar um jeito de ganhar mais, ou seja, pegar mais trabalho remunerado, ou a conta não fecha.
Depois de pensar bastante, lá para outubro eu havia decidido encerrar a Trasgo no fim do ano, após a edição 16. Só que a esposa não me deixou desistir e me lembrou de todas as coisas boas que a revista me traz. Então a Trasgo continua. Agradeçam a ela.
Ela está certa. A Trasgo é um projeto maior que eu, e espero que um dia se torne um ganha pão de verdade. Mas para ela se tornar um projeto sustentável, algumas mudanças vão acontecer, principalmente no pagamento das autoras e artistas, e nas recompensas do Padrim.
A partir da edição 17, cada artista ganhará o valor fixo de R$ 150,00 por conto aprovado ou capa. É pouco menos que o valor da última edição, mas é uma quantia que o Padrim da Trasgo consegue sustentar. A boa notícia é que o pagamento será mais rápido, logo em seguida à publicação.
Isso significa também que eu vou tirar uma parcela maior do Padrim da Trasgo para mim. Se eu não fizer isso, terei que abandonar a revista em troca dos “freelas que pagam as contas”. De certa forma, cada centavo a mais que a Trasgo arrecadar, é mais tempo que eu vou poder me dedicar a ela. Estou contando isso aqui para ser transparente com vocês, que apoiam a revista e que verdadeiramente fazem ela acontecer.
Mais algumas coisas:
– O Clube do Livro será encerrado
Considero a ideia muito boa, mas para manter isso funcionando precisamos abrir seleção (privada) de livros, ler, escolher, divulgar, enviar e pagar as autoras. E o retorno no número de novos padrinhos tem sido baixo. Essa parte de “organizar” as coisas demanda mais tempo e energia do que parece.
– O Podcast vai continuar (talvez)
O fato de conseguir fazer o podcast em casa, sozinho, e geralmente à noite, quando a bebê dorme, diminui consideravelmente o trabalho envolvido. Não conseguimos prometer algo mensal, mas vamos tentar ir tocando o barco. No entanto, vai manter um hiato até conseguirmos colocar as edições em ordem.
– A tal Trasgo impressa está enviada, e logo será vendida!
Demorei muito mais do que deveria, mas neste momento praticamente todos os livros de quem comprou na pré-venda já foi enviado. Dito isso, vamos vender os livros da Trasgo em uma lojinha virtual. Mas novamente, está na lista de tarefas, primeiro queremos colocar as edições um pouco mais em ordem.
– A meta “Mais Trasgo” de R$1250,00
“Mas Rodrigo, se está difícil manter 4 edições, dá para fazer 5 edições se chegar à próxima meta do Padrim?” SIM! Essa quinta edição por ano será uma edição especial, diferente, com editora convidada. Quer edição especial da Trasgo? Precisamos aumentar o número de madrinhas e padrinhos.
Por fim, precisamos falar sobre a equipe da Trasgo. Como vocês sabem, no momento ela é composta por três pessoas. Além de mim, há o Lucas e o Enrico que cuidam para que tudo saia perfeito. Por coincidências infelizes, cada um de nós passou por um período atribulado neste período.
Nós estamos considerando uma nova adição à equipe. Mas, para ser bem honesto, todo mundo na Trasgo recebe alguma coisa. Não é muito, mas é algo. Mais uma pessoa significa mais alguém para dividir o valor. Como a arrecadação do Padrim diminuiu nos últimos meses (provavelmente porque nós também desaparecemos), hoje está meio complicado acrescentar alguém. Mas está nos planos.
Essa é a situação da Trasgo hoje. É a ideal? Não. Mas começamos o quinto ano no ar, e é uma vitória e tanto conseguir manter a revista viva todo este tempo. Tivemos um hiato, é verdade, mas vamos trabalhar para entregar todas as quatro edições deste ano como prometemos.
Por fim, tenho muito mesmo a agradecer cada pessoa que apoia a Trasgo, seja no Padrim, seja na divulgação, seja como for. Vocês fazem a revista acontecer.
Obrigado!
Sou pai de um menino que tá com 1 ano e 5 meses e sei bem como isso muda a rotina e o orçamento.
Sucesso na paternidade e nos projetos e longa vida à Trasgo!
Sou editora da Revista Avessa e sei bem o trabalho que dá montar uma revista, ainda mais com o cuidado e dedicação que vocês têm. O trabalho de vocês é incrível! Fico feliz que continuarão.
Fico muito agradecida a sua esposa por te convencer a continuar!
Querido editor, essa nenê vai trazer tanta inspiração que, quando passar esse tsunami, vais reclamar mais tempo para MAIS projetos e a situação vai se inverter. Respira, mantenha as antenas ligadas e continue a nadar. Tudo se ajeita. Um beijo pra vocês.
É barra manter e investir algo no segmento literário no Brasil, principalmente assim, independente. Vocês já pensaram em, sei lá, trocar o podcast por YouTube? Pelo que vejo, YouTube tem mais visibilidade pra atrair gente nova — que aparentemente é o que mais tá precisando. Não digo pra simplesmente adicionar um canal do YouTube pq imagino que será ainda MAIS trabalho pra vocês (amo o podcast de paixão, mas trocaria ele por mais visibilidade pra vcs <3).
Não quero nunca ver essa revista morrer!
Sou madrinha sumida, mas se estiverem precisando de voluntariado pra coisas mais práticas, pode chamar! :)
Olá, Iana.
No meu entendimento, editar vídeo dá muito mais trabalho do que editar áudio. E a ideia é manter principalmente os audiocontos, que não vejo como poderia fazer em vídeo de modo profissional.